Triste Primavera

Cassiano Você pode estranhar de se falar em Primavera em pleno mês de Maio, mas, enquanto no Rio de Janeiro os cariocas curtem um Outono, na Europa, de onde postamos este Blog, os cariocas que aqui vivem curtem uma Primavera.

Você pode conferir em diversos posts nossos, em anos anteriores, na mesma época, usávamos o sucesso composto por Cassiano e Silvio Roachel chamado “Primavera”.

Hoje, tristes com o falecimento de Cassiano neste 7 de Maio de 2021, não iremos postar essa música, mas um outro sucesso, “Coleção”, composição dele com Paulo Zdanowski, gravada e lançada em 1976 no álbum Cuban soul – 18 kilates.

Conheçam um pouco de Cassiano, neste excelente texto do jornalista Mauro Ferreira, postado em 08/05/2021 no G1.

Morte de Cassiano, gênio indomado do soul brasileiro, cala voz já silenciada há décadas pelo país

OBITUÁRIO – Há perversidade no fato de Genival Cassiano dos Santos (16 de setembro de 1943 – 7 de maio de 2021) ter morrido na tarde de ontem, aos 77 anos, sem lançar álbum há 30 anos e com presumível baú de músicas inéditas que o arredio artista paraibano nunca gravou e que tampouco foram gravadas por outros artistas.

Sim, a lógica perversa da indústria da música historicamente cala vozes que se rebelam contra os padrões mercadológicos. Vozes altivas como a do cantor, compositor e guitarrista Cassiano.

Gênio indomado do soul brasileiro, Cassiano foi artista temperamental que saiu revoltado de cena em leito de hospital da zona norte do Rio de Janeiro (RJ), cidade para onde migrara em fins dos anos 1940, vindo de Campina Grande (PB), onde nascera em família pobre.

A revolta foi fruto do descaso do Brasil com a obra que construiu com sofisticação singular desde a década de 1960. E quem poderá dizer que nunca existiu razão na mágoa deste artista rebelde, sem vocação para seguir os códigos sociais que regulam o mercado do disco e, em última instância, a própria vida em sociedade?

Quase todos os obituários de Cassiano destacam, com razão, o fato de o artista ter sido um dos autores de Primavera, balada soul que se tornou um hit de todas as estações românticas desde que foi apresentada em 1970 pelo vozeirão grave de Tim Maia (1942 – 1998) no primeiro álbum deste cantor e compositor carioca, irmão musical de Cassiano.

Primavera é canção de Cassiano com Silvio Roachel, também parceiro do gênio em Eu amo você, outro petardo romântico disparado por Tim Maia nas paradas de 1970 no mesmo álbum de estreia em que fez parceria com Cassiano em Padre Cícero (híbrido de funk e baião) e em que regravou canção assinada somente por Cassiano, Você fingiu (1968).

Contudo, Cassiano foi bem mais do que o coautor de Primavera e do que o compositor inventivo de outras duas memoráveis baladas, A lua e eu (1975) e Coleção (1976), únicos dois sucessos do artista, como cantor, na carreira que perdeu (im)pulso a partir dos anos 1980.

Parcerias do compositor com Paulo Zdanowski, A lua e eu e Coleção chegaram às rádios no embalo das propagações dessas canções nas trilha sonoras das novelas O grito (TV Globo, 1975 / 1976) e Locomotivas (TV Globo, 1977), veículos fundamentais para popularizar a voz e a refinada musicalidade de Cassiano.

Para entender a assombrosa musicalidade de Cassiano, é preciso ouvir com atenção os três primeiros álbuns lançados pelo artista em carreira solo nos anos 1970 – Imagem e som (1971), Apresentamos nosso Cassiano (1973) e Cuban soul – 14 kilates (1976) – para descobrir os intrincados caminhos harmônicos que ele desbravou quando ainda pavimentava a estrada do soul e do funk brasileiros, aberta por Cassiano ao lado de contemporâneos como Hyldon e Tim Maia.

Com os irmãos Amaro e Camarão, Cassiano integrou na segunda metade dos anos 1960 a formação original do grupo carioca Os Diagonais, uma das pedras fundamentais da black music nacional.

A atuação de Cassiano n’Os Diagonais – grupo com o qual gravou três obscuros singles (editados presumivelmente entre 1965 e 1968) e o primeiro álbum, Os Diagonais (1969), tendo partido pela natureza inquieta antes da feitura do segundo, Cada um na sua (1971), embora figure neste álbum como compositor de boa parte do repertório – simbolizou a evolução do som experimentado por Cassiano como violonista do Bossa Trio, grupo carioca de samba-soul-jazz surgido em 1964 no rastro da proliferação dos conjuntos de samba-jazz devotos da bossa nova.

Embora a causa da morte de Cassiano permaneça desconhecida, consta que ele morreu do coração, sobrecarregado pelo tratamento de doença pulmonar que se agravara em abril.

E é simbólico que o coração de Cassiano – pote-até-aqui-de-mágoa por ter tido a genialidade reconhecida somente por ilustres admiradores como Ed Motta e Claudio Zoli (e por críticos musicais que nunca mandaram no gosto popular) – tenha parado definitivamente no momento em que o próprio Brasil está na UTI.

E talvez não seja mera poesia afirmar que o coração de Cassiano veio parando aos poucos desde 1978, ano em que o cantor precisou retirar parte do pulmão e ano em que a diretoria da gravadora CBS abortou a edição do quarto álbum do artista.

Com arranjos do pianista Dom Charles para músicas então inéditas como Soul divinal e Viver de amor, esse álbum perdido no tempo poderia ter dado continuidade à discografia solo de Cassiano.

Obra que somente foi retomada – após o artista atravessar os anos 1980 com apenas um (obscuro) single lançado em 1984 com as músicas autorais Amor imenso e Te dando mole, Zé – em 1991 com álbum Cedo ou tarde, produzido pela mesma gravadora (então já renomeada Sony Music) que abortara o disco de 1978.

Com elenco estelar que incluiu Djavan e Marisa Monte, entre outros admiradores, o álbum Cedo ou tarde reapresentou o cancioneiro de Cassiano com uma ou outra música inédita, casos de Rio best-seller e Setembro.

Sem o controle da direção musical do disco produzido por Liber Gadelha (1957 – 2021), Cassiano ficou descontente com o resultado final deste álbum reverente e, não por acaso, o cantor nunca mais gravou disco desde então, tendo permanecido recluso e arisco ao longo dos últimos 30 anos em apartamento na zona sul do Rio de Janeiro (RJ).

Consta que nunca parou de fazer música, mas pareceu querer esconder essa música do Brasil que o relegou a um amargo e injusto ostracismo nessas três décadas, momentaneamente quebrado pela mídia em 2000, ano em que o discípulo Ed Motta apresentou a compilação Coleção, produzida com capricho por Ed com 14 joias tiradas dos três álbuns lançados por Cassiano entre 1971 e 1976.

Como Ed Motta, aliás, Cassiano sempre enfrentou problemas com executivos de gravadoras porque a indústria fonográfica do Brasil sempre pressionou cantores e compositores de funk e soul para embranquecer e adocicar, com o padrão então vigente das FMs, uma música negra pela própria natureza.

Cassiano jamais aceitou o jogo dessa indústria. Mas pagou preço alto pela rebeldia e teve a voz calada décadas antes de ela efetivamente silenciar no leito de hospital público carioca, em outra cena triste do perverso enredo nacional de 2021. “

Para curtir e compartilhar: “Coleção”, na voz de Cassiano.

A canção fez parte da trilha sonora da novela Locomotivas, em 1977.

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Azul da Cor do Mar, por Venturini

Tim Maia Hoje assisti, pela Globo Internacional, um Especial do Tim Maia que reúne cenas do filme sobre sua vida, entrevistas e depoimentos de Nelson Motta, Erasmo Carlos, Roberto Carlos, Caetano Veloso, Jorge Ben Jor, e o grande “amigo” Fábio.

Saudades do grande Tim Maia. Principalmente nos dias de hoje, em que a atual safra de cantores e composições não se compara aos das décadas de 60, 70 e 80.

O cara que encantou Nelson Motta quando ouviu uma fita teste em que Tim Maia interpretava “Primavera”, de Cassiano. Que, indiretamente, lançou Roberto Carlos, quando o juntou a um grupo e formou o conjunto Os Sputiniks, conseguindo se apresentar no programa do saudoso Carlos Imperial. Mas, isso é uma outra longa historia.

Hoje vamos ver a historia da música “Azul da Cor do Mar”, conforme consta no site R7 (texto do blog Insoonia):

“Em 1969, Tim Maia ainda era um anônimo. Estava procurando um lugar para morar e foi pedir abrigo ao seu amigo Fábio, um cantor paraguaio que estava fazendo sucesso. Fábio dividia com seu empresário, Glauco Timóteo, um apartamento na rua Real Grandeza, em Botafogo, bairro da Zona Sul do Rio de Janeiro. Lá era um entra-e-sai de meninas devido ao sucesso do cantor paraguaio.

O apartamento era de dois quartos, um de Fábio e outro de Glauco. Restou para Tim o velho sofá da sala, chamado de dromedário, no qual ele passou a dormir.

O movimento intenso de mulheres continuava, com Glauco e Fábio aproveitando o sucesso e a juventude.

Já Tim Maia ficava sempre sozinho, vendo todas aquelas garotas entrando nos quartos com Fábio e Glauco. Ouvindo risos, gemidos e gritos, Tim ligava o gravador e cantava com tristeza e raiva, chegando até aos prantos.

Até que Fábio e Glauco viajaram com os músicos para shows em Salvador e Recife, deixando Tim Maia solitário em casa. Logo, ele abandonou o dromedário e passou a ficar na cama de Glauco. Na parede em frente à cama havia um pôster colorido de uma morena, contra o mar azul do Taiti. Tim, se sentindo muito só, pegou no violão e começou a cantar.

Quando Fábio voltou da viagem, Tim Maia ligou o gravador e disse que tinha feito uma música inspirado no pôster. A canção era “Azul da Cor do Mar”.

“Mermão!”, gritou Fábio, que, abraçando Tim, completou: “tu acabou de fazer a música da tua vida!”.
“Azul da Cor do Mar” se transformaria em um dos grandes sucessos de Tim Maia.

Também nesta semana que passou, nosso Amigo Luiz Renato postou em sua página do FaceBook o grande cantor e compositor Flavio Venturini, um dos grandes componentes do Clube da Esquina, interpretando seu sucesso “Todo Azul do Mar”.

Conseguimos, então, no YouTube, um clipe com Flavio Venturini interpretando um medley de “Azul Da Cor Do Mar / Todo Azul do Mar”, para você curtir:

E então, gostaram?

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Relembrando Tim e Cassiano

Tim Maia - LP 1970 Cassiano, atualmente com 73 anos, é um cantor, compositor e guitarrista brasileiro. Precursor da música soul no Brasil.

Entre seus sucessos, destacamos um, gravado pelo saudoso amigo Tim Maia: “Eu Amo Você”, música composta em parceria com Sílvio Rochael.

Você vai curtir a gravação original de Tim Maia, em seu primeiro álbum, de 1970. O LP foi eleito, em uma lista da versão brasileira da revista Rolling Stone, como o 25º melhor disco brasileiro de todos os tempos.

A música ganhou uma nova e bela versão, em uma excelente gravação da cantora Céu, e foi incluída na trilha sonora da novela Verdades Secretas, da Rede Globo, no ano de 2015 (você pode curtir acessando aqui).

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Um excelente cover de Tim Maia

CeuEu Amo Você“, composição de Cassiano e Silvio Rochael que ficou eternizado como um grande sucesso na interpretação de Tim Maia, ganhou uma nova e bela versão, na excelente gravação de Céu.

A canção foi incluída na trilha sonora da novela Verdades Secretas, da Rede Globo, no ano de 2015.

Vale a pena curtir :

Céu, nome artístico de Maria do Céu Whitaker Poças, é uma cantora e compositora brasileira de música popular brasileira. Iniciou sua carreira artística em 2002

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EST, DST e BRST. Vejam a diferença.

RelogiosAs três siglas se referem ao nosso conhecido Horário de Verão.

Todos consistem no período em que os relógios são avançados uma hora em relação ao seu tempo oficial, observado durante o resto do ano, para efeitos de poupança de energia.

EST significa European Summer Time (Horário de Verão Europeu). Estende-se de 01.00h do último Domingo de Março até 01.00h do último Domingo de Outubro.

DST significa Daylight Saving Time (como é chamado o Horário de Verão nos Estados Unidos). Começa no segundo Domingo de Março às 02.00h e termina no primeiro Domingo de Novembro às 02.00h.

BRST significa Brasília Summer Time (Horário de Verão no Brasil). O início é no terceiro Domingo de Outubro, e o final no terceiro Domingo de Fevereiro, exceto quando este coincide com o Carnaval, sendo então o horário prorrogado em uma semana. Sempre à 00.00h.

Portanto, a diferença de horário entre Brasil e Irlanda, a partir do próximo Domingo 29/03/2015, será de 4 horas. Esta diferença persiste até o Domingo 18/10/2015, pois nesse dia inicia o BRST e o Brasil adianta seus relógios em uma hora, voltando a 3 horas. Mas depois, em 25/10/2015, termina o EST e a diferença passa para 2 horas.

Parece complicado ? Não, apenas uma questão de acertar o relógio para não perder a hora.

E, como estamos na Primavera na Europa, vamos curtir essa grande música, “Primavera”, de Cassiano e Sílvio Rochael, em um gostoso estilo de Tim Maia.

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Primavera ?

Estacoe do Ano na IrlandaPode parecer estranho para os brasileiros mas, segundo o Calendário Gaélico (Calendário Irlandês), a Primavera inicia dia 1º de Fevereiro.

As estações do ano na Irlanda se iniciam em :

  • Inverno     – 1º de Novembro
  • Primavera – 1º de Fevereiro
  • Verão         – 1 de Maio
  • Outono      – 1º de Agosto

    Então, vamos curtir essa nova estação.

    Curtam esse grande e famoso sucesso de Cassiano, do ano de 1971, “Primavera (Vai Chuva)” :

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